sexta-feira, 15 de abril de 2011

Pânico 4 (Resenha)

Novas Regras, Último Filme 
Por Louise Duarte

E finalmente depois de passada uma década, o filme Pânico 4 (Scream 4) dirigido por Wes Craven e produzido por Kevin Williamson chega ás telas de cinema, com novos personagens (muitas carinhas famosas das séries de tv americanas) e novas regras mostrando que mesmo em um filme clichê sobre clichês de filmes de terror, ele pode ser também assustador e divertido, proporcionando ao público o direito a sustos e risadas. 

Assista ao trailer antes de ler essa resenha: 

Atenção para spoilers para quem ainda não viu o filme... 
O filme começa de uma maneira diferente e completamente inusitada dos filmes anteriores. Vemos duas adolescentes sozinhas em casa conversando sobre filmes de terror, como sempre. Uma delas está trocando mensagens no Facebook com um perseguidor. O telefone toca e o Ghost Face começa com o seu joguinho de tortura com as duas antes de matá-las. Até aí nada demais. Parece exatamente como o teaser dos filmes anteriores, certo? Errado. 

Aparece o título Stab 5 em uma tela de tv e as personagens de Anna Paquin (True Blood) e Kristen Bell (Veronica Mars/Heroes) estão assistindo ao filme e comentando á respeito. A personagem de Anna Paquin que parece ser uma estudante de cinema, começa a criticar o filme, dizendo que é uma porcaria, que tem clichês e que não é nada realistico. Então, Kristen Bell a apunhala com uma faca, surpreendendo ela e a audiência. Aparece outro título agora com Stab 6 onde aparecem as atrizes Britanny Robertson (Life Unexpected) que está assistindo ao filme com a amiga interpretada por Lucy Hale (Pretty Little Liars). Elas conversam a respeito do teaser de ter um filme dentro do filme, e iniciam um debate sobre os filmes Stab anteriores, falando que os três primeiros inspirados na vida de Sydney Prescott (Neve Campbel) eram bons, mas os outros começaram a viajar demais, incluindo um que tinha viagem no tempo (Esse eu queria muito ver! Ehehehe). 

O que eu mais gosto nos filmes da franquia Pânico, é exatamente essa meta linguagem (como eles próprios usam no filme) de zoar a si próprios e conseguir escrever algo diferente mas ao mesmo tempo fiel aos filmes originais. A idéia de recriar os crimes com novas regras e que qualquer personagem do filme fosse o assassino, foi genial. Eu só senti falta do Randy explicando as regras. Podia ter aparecido um outro vídeo dele falando delas. 

De qualquer jeito, as garotas são mortas e dessa vez para valer. Não havia outra dupla de garotas assistindo ao filme. O assassino da máscara está de volta com outro comparsa bem a tempo das comemorações de dez anos dos assassinatos na cidade de Woodsbooro. Exatamente na época que Sydney decide voltar á  cidade para promover o livro de auto-ajuda que está lançando. Coincidência? Nada é coincidência nesse filme. 

Enquanto isso, Gale e Dewey (Courteney Cox e David Arquette, que agora estão separados na vida real. Nota curiosa que a franquia desse filme os uniu e dez anos depois, eles se separaram antes mesmo das filmagens acabarem.)  Gale desistiu de sua carreira de repórter pelo casamento e Dewey agora é o xerife da cidade. Eles comparecem ao lançamento do livro de Sydney que é recepcionada pela prima Jill (Emma Roberts de Unfabulous) quando descobrem que os assassinatos voltaram a acontecer quando Sydney volta a receber telefonemas de seu misterioso assassino dizendo que dessa vez nem ela está salva.                      
                             
Um novo grupo de jovens é apresentado no filme que incluem Haydeen Partiniere (Heroes) e Adam Broody (The O.C/Gilmore Girls) incluindo dois estudantes do clube de cinema do colégio de Woodsbooro. Eles filmam as atividades estudantis colocando tudo na internet, e quando Gale descobre uma webcam em um dos locais do crime onde ela é esfaqueada mas felizmente sobrevive, eles se tornam suspeitos de serem os assassinos. Será que são? 

No meio do filme finalmente o público descobre quais são as novas regras dessa últim sequência (será que é último mesmo? Eu já tenho as minhas dúvidas). Não existem mais regras. Hoje em dia qualquer um pode ser o assassino e o motivo da matança não importa mais. Ainda mais em tempos de Internet, Facebook, Twitter  e Big Brother em que as pessoas clamam por seus quinze minutos de fama, não importando como. O assassino começa a recriar os assassinatos dos filmes anteriores reproduzindo uma espécie de remake da vida real baseado nos filmes. Então Gale, Dewey e Sydney precisam montar o quebra cabeças o mais rápido possível antes que mais alguém se machuque ou que o fantasma da máscara mate mais alguém. 


Apesar de ter gostado muito do filme, eu tenho algumas reclamações a fazer. Primeiro, por que diabos a Gale largou o emprego dela de repórter para ficar casada? Ela não podia ter os dois? Tinha que desistir da carrreira dela? Eu odeio quando uma mulher desiste de sua carreira por conta do casamento e na maioria dos filmes é sempre a mulher, nunca o homem. Segundo, a maneira como o Dewey tratou ela durante o filme foi horrível. Ela larga a carreira dela por ele e é isso que ela recebe em troca? Desprezo e humilhação? Não gostei nada, ainda mais com aquela chata da assistente dele interpretada pela Marley Shelton (Grindhouse) E terceiro, por que sempre matam mais mulheres do que homens? Pelas minhas contam morrerem 8 mulheres e uns 3 homens se eu tiver contado certo. Mas fora isso, eu gostei bastante do filme. E com certeza verei de novo. Fiquei até com vontade de rever a trilogia. 

Mas mesmo após ter desistido de sua carreira pelo amor, Gale volta com tudo apesar das atitudes machistas de Dewey. Ela mostra que ainda é uma mulher de fibra e coragem ao enfrentar o assassino e quase ser morta por ele e acaba até ajudando Sydney quando se dá conta de quem é o verdadeiro assassino. 

Enfim, um filme divertido e assustador que irá agradar tanto a nova geração de fãs de filmes de terror quanto aos fãs da trilogia original escrita por Wes Craven. 

Nenhum comentário: