terça-feira, 15 de março de 2011

Ti Ti Ti 2010/2011 (Resenha) Parte 2

Barracos e Armações no Mundo da Moda

Aproveitando a última semana de exibição de Ti Ti Ti, vim postar a segunda parte da resenha sobre essa novela que com certeza vai deixar saudades. Já estou me despedindo de Ari, Susana, Jaques, Jaqueline...

Bom, depois desse post, ainda farei mais dois posts, depois que o último capítulo for exibido, mas por enquanto quero analisar alguns dos casais e triângulos que foram abordados na novela, e o que funcionou e o que não funcionou nesse remake, especialmente com o crossover com Plumas e Paêtes.


Personagens, Casais e Triângulos  (O que funcionou)




Ariclenes Martins X André Spina - A rivalidade eterna desses dois ficou ainda mais interessante no remake. As cenas entre Murílio Benício e Alexandre Borges cada vez que se encontravam e se alfinetavam eram hilárias. Especialmente com os apelidos "carinhosos" de Ari para André como "cacatua", "pavão" entre outros apelidos. E no capítulo que eles tomam porre juntos no dia da inaguração do ateliê da Jaqueline? Uma das melhores cenas entre os dois com certeza. A união temporária entre os dois nas últimas semanas, também foi ótimo já que como Mabi disse, eles separados são inúteis mas são uns gênios trabalhando juntos. 

Lipe e Mabi Spina - O casal de gêmeos de André, mostraram ser as pessoas mais maduras da família Spina. Especialmente Mabi com suas tiradas e críticas ao mundo da moda, não medindo esforços para criticar ninguém, nem mesmo ao pai Jaque Leclair. Mabi ainda criou o pseudônimo de Beatrice M, uma blogueira como língua afiada que critica o mundo da moda, especialmente a dupla LeClair e Valentim, e as armações que os dois rivais armavam um para o outro. Já Lipe, um eterno romântico que parece que ficou preso ao século XVIII, e escreve seus romances em uma máquina de escrever, assim como Mabi, Lipe também tem ótimas tiradas e despreza completamente o mundo fashion. 

Ariclenes Martins  & Chico (Francisco) da Silva  - Os amigos cúmplices das armações de Ari também foram destaque para as melhores cenas de comédia da novela, graças ao talento de Murílio Benício e Rodrigo Lopes que arrasaram nas cenas provando o timing para comédia que possuíram. Chico, o eterno e fiel escudeiro de Ari, sempre ajudando o amigo a promover Victor Valentim, ainda criou vários bordões durante o tempo de exibição da novela, entre eles o "redondamente". 
Chico & Nicole - Algo que começou somente como um "casinho" amoroso, já que Nicole não queria se compromoter por vergonha da diferença de idade, virou algo maior por conta da paixão de Chico pela costureira e da grande química entre os personagens. E o batom "Ti Ti Ti" de Victor Valentim certamente ajudou a juntar o casal várias vezes. Mas eles sempre acabavam se desentendendo por teimosia de Nicole. Chegou uma hora que até Chico cansou porque ele não queria ser "apenas um objeto sexual" como ele mesmo disse e queria casar com ela, mas ela o rejeitou várias vezes até ver que podia perdê-lo para sempre. Nicole finalmente deu o braço a torçer e pediu o moto-boy em casamento. 

Edgar Sampaio , Marcela e Renato Villa  - Marcela namorava com Renato em Belo Horizonte sem saber que ele era um cara rico, herdeiro de uma fortuna de uma família importante da cidade. Quando ela fica grávida do rapaz, ele acha que ela está usando o golpe da barriga por achar saber que ele rico (graças a sugestão do pai que implicou que ela pudesse saber). Ela vai morar em São Paulo com o amigo Osmar, mas no meio da viagem de carro eles sofrem um acidente e Osmar mora no volante. A família de Osmar (que era gay) a acolhe achando que Marcela carrega o filho de Osmar. Edgar, irmão de Oscar, começa a destratar Marcela no começo, por achar que ela é oportunista por aceitar a proposta do pai de continuar fingindo que o filho seja de Osmar já que mãe deles está muito doente e morreria de tristeza se descobrisse a verdade. Durante a gravidez de Marcela, Edgar acaba se apaixonando pela garota assim como pelo filho dela que nasce algum tempo depois. Renato acaba voltando meses depois quando a ex-amante de Edgar, Luísa envia as fotos do batizado do filho de Marcela para a mãe de Renato. Renato acaba voltando de Londres onde estava fazendo um MBA em administração para exigir a guarda do filho. O pai de Renato, acaba revelando tudo para mãe de Edgar que fica chocada com a notícia. Depois ele ainda força Renato e Marcela a se casarem por um ano ou destruirá a editora de Gustavo, pai de Edgar. Com medo de destruir a vida da família que os acolheu Marcela acaba aceitando a proposta mesmo ainda estando apaixonada por Edgar. Nesse meio tempo, cansado de sofrer, Edgar ainda se envolve com Amanda, uma modelo filha de Jaque LeClair, mas nada adianta porque ele só pensava em Marcela. Depois de um tempo, Renato se dá conta de que o casamento começou mal e pede o divórcio livrando Marcela do casamento forçado. Agora a mineira, está vivendo sozinha em uma apartamento com o filho enquanto se decide com quem vai ficar e quem é o grande amor de sua vida: Edgar ou Renato?
Ari & Suzana - Eu vou ser do contra da maioria do público da novela e dizer que meu casal favorito nunca foi Marcela e Edgar e sim Susana e Ari. Eu tenho que confessar que casais com uma "faísca" no começo de seus relacionamentos sempre me interessam mais, tanto que tenho outros casais com o mesmo perfil nessa mesma novela (Luti & Val, Chico & Nicole, e até Marcela & Edgar começou assim.) Susana e Ari foram casados por um tempo e dessa união eles tiveram um filho : Luís Otávio ou Luti. Graças as enrolações eternas de Ari sempre pensando em se dar bem com suas armações (a música tema do personagem "A Vida é Dura" cai como uma luva para ele) eles acabaram se separando mesmo depois de Ari ter ajudado a pagar a faculdade de jornalismo de Susana que virou a editora de moda da revista Moda Brasil, uma conceituada revista do gênero. 

Mas por causa do filho ela continua ajudando o marido como pode, pagando para ajudar em suas armações e emprestando dinheiro e arranjando trabalhos para ele sempre que pode. Isso antes dele criar o personagem Victor Valentim. E quando ela descobre que Victor Valentim se trata de seu ex-marido, ela continua ajudando o marido mesmo sobre protestos iniciais por não querer se envolver já que afinal de contas, ela é uma jornalista. Uma das cenas mais hilárias da novela é o capítulo em que Susana vai entrevistar Victor Valentim e depois dorme com ele, não resistindo ao seu charme e sedução. No dia seguinte, ela diz a Ari que ficou encantado com ele mas que não pode voltar com Ari pois ficou caidinha por Victor Valentim deixando Ari possesso da vida. A clássica história do triàngulo de dois no melhor estilo Superman, Lois e Clark. E assim como aconteceu no seriado Smallville, metade da novela já sabia que Ariclenes era Victor Valentim. 

Luti Martins & Valquíria Spina -  O casal no melhor estilo "Romeo & Julieta" já que seus pais são inimigos de infância, tiveram que driblar seu ódio inicial (que gerou situações hilárias devido as implicâncias que eles tinham um com o outro no começo da novela que no fundo estava disfarçado de amor) para poderem admitir que se amavam. Outro problema, foi ter que esconder esse amor dos pais pois assim que descobrissem, seriam proibidos de se encontrar. 

Um fato interessante é que Malu Mader (a Susana do remake) fez o papel de Valquiria na primeira versão de 1985. Por conta disso, a novela de vez em quando soltava umas referências a primeira versão em cenas entre Susana e Valquíria, em que a garota dizia para a mãe do namorado: Eu quero ser você um dia e Susana respondia: Eu já fui você. Muito bem sacado! 


Jaqueline Maldonado e Jaques Le Clair - A dupla dos dois sempre foi impagável até a Clotilde aparecer estragando um pouco das cenas hilárias entre os dois e transformando o casal em uma especial de Coriga/Harley Quinn da novela, pois como Jaqueline era eternamente apaixonada por Jaques, se humilhava em busca desse amor, mesmo que fosse necessário armar os maiores barracos e fazer as maiores loucuras por conta do homem amado. Cansada de ser humilhada pelo homem que a traiu, roubou suas ideias e ainda a desprezou, ela virou freira e depois se casou com um surfista gay para fingir que estava feliz, só para poder comprar a marca do seu agora maior inimigo. Mas não durou muito tempo para ela cair novamente na lábia do estilista.... 
O que nos leva as cenas hilárias das trocas de papéis entre Ariclenes e André, querendo conquistar Jaqueline para poder comprar a marca "Jaque LeClair" de volta. André vestido de Victor Valentim e Ari de Jaques Le Clair foi simplesmente uma das cenas mais hilárias da novela. 
                          
Aliás, desde a volta gloriosa de Jaqueline depois que se casou com Thales (e eu vou comentar sobre eles e Massa ainda nesse post) a disputa de Jaqueline pelos arqui-inimigos proporcionaram ao público cenas hilárias. Jaqueline poderosa, sem sair do salto, dizendo ao que veio e mostrando aos dois que não estava para brincadeira, e que eles iam ter que comer na mão dela agora. Dá-lhe Jaqueline! :

Jaqueline, Massa e Thales - Outro arco bem interessante da novela, foi a "fase" freira da Jaqueline. Bem ao estilo da "Noviça Rebelde", a irmã Desgosto (nome que Jaqueline adota durante essa fase), proporciona momentos hilários durante o seu tempo no convento. Quando Massa (Marcos Frota), um ex-detento no melhor estilo Robin Hood, se junta a ela para ajudá-la já que ele é um eterno apaixonado pela "Jaquelinda" como ele a chama carinhosamente, ele faria de tudo por ela. Infelizmente, Jaqueline só tem olhos para Thales, seu novo marido já que eles se casaram depois que ela foi expulsa do convento já que ela queria ajudar o rapaz a conseguir a herança de sua avó e isso só aconteceria se ele se casasse. 

O relacionamento de Thales com Jaqueline virou algo lindo assim que os capítulos iam avançando e principalmente depois que ela descobriu que ele era gay e apaixonado por Julinho mas não tinha coragem de se assumir. Ela não só deu a maior força para o "surfistão" como Massa o apelidou, como também ainda bancou o cupido entre ele e Julinho, cabelereiro e melhor amigo de Marcela. 
Julinho & Thales - Apesar de nunca ter esquecido seu primeiro e grande amor, Osmar, irmão de Edgar que morreu em um trágico acidente de carro no começo da novela, Julinho começou a receber atenção do marido ainda não assumido de Jaqueline, Thales. Especialmente porque o Dr Eduardo por quem Julinho havia se apaixonado, era hétero. Depois de muita resitência por parte do mineiro, especialmente porque Thale se sentia envergonhado em sair do armário, ele acaba fazendo-o durante o casamento de Thaisa e Eduardo, para a surpresa de Julinho, que acaba finalmente aceitando-o. 

Essa semana volto com outro post sobre a novela. Ainda tenho outros personagens para analizar antes de comentar sobre o último capítulo. Até lá! 

Um video de umas minhas cenas favoritas com Ari e André brigando por causa de Jaqueline. Divirtam-se! 

quarta-feira, 9 de março de 2011

As Encantadas estão de volta - Charmed Comics (Resenha)

As Encantadas Estão de Volta 

Por Louise Duarte

E finalmente o seriado Charmed, sobre as bruxinhas-irmãs Halliwell rumaram para os quadrinhos assim como outras séries como Buffy, Angel, Firefly depois de seus cancelamentos. 

Lançados até o momento sete edições (embora eu só tenha achado seis edições e lido somente elas) a série de quadrinhos começa da onde o seriado de tv terminou. Com as irmãs Halliwell exterminando o mal e vivendo suas vidas normais com sua nova família o que incluem muitos bebês na história já que agora as irmãs são mães de família também (Bem, Paige e Phoebe, já que Piper já era mãe desde a quinta temporada). 

Uma novidade interessante nos quadrinhos é que os poderes das bruxinhas começam a avançar ainda mais. Paige ganha o poder de usar um escudo de orbita para poder se proteger, Phoebe tem seus poderes de levitar e telepatia de volta e Piper ganha o poder de derrreter. Tudo isso quando um velho inimigo das irmãs volta, A Fonte (The Source) querendo destruí-las novamente. E como se isso não fosse o suficiente, elas ainda tem dois seres do submundo se aliando a Fonte para derrotá-las. Além disso, elas ainda tem que lidar com as habilidades de suas filhas que começam a aparecer. Enquanto Melinda, filha de Piper e Leo ( a mesma do episódio Morality Bites da segunda temporada) tem o mesmo poder de Paige e Wyatt de orbitar objetos;  Pruedence, filha de Phoebe e de Coop (o cupido da última temporada) tem o poder de orbitar a mãe com os seus poderes de cupido, sem precisar usar o anel que o pai usa. 
E como se desgraça pouca fosse bobagem, A Fonte ainda vai atrás de todos os inocentes que as irmãs salvaram desde que se tornaram bruxas. As irmãs conseguem salvar alguns deles trazendo-os para a mansão onde Piper ainda mora com Leo e as crianças, onde lá vira o quartel general até elas resolverem o que fazer. 

Por sorte, tudo dá certo quando Piper pede a Phoebe que combine um super-feitiço de TODOS os feitiços que tem no Livro das Sombras. Evocando cada parte de cada feitiço do livro da família. Assim, elas conseguem destruir a Fonte novamente, mas sem imaginarem que ele deixou aliados para trás. 

Na edição #6, que me chamou bastante atenção, é uma edição one-shot centrada na Phoebe que tem conexão com o episódio Morality Bites da segunda temporada. Phoebe conhece o namorado de sua assistente, que é nada menos que o jogador de baseball que ela mata no futuro. O mesmo que ela é condenada á fogueira por assassinato. 
Agora a colunista do Bay Mirror, precisa da ajuda de suas irmãs para evitar que o futuro se repita. Mesmo com a ausência de Prue (que estava viva antes!) e Paige não fazia parte da família, Phoebe precisa descobrir uma maneira de evitar com que ela repita suas ações ao descobrir que o jogador de baseball é violento com mulheres. Sem contar, que isso também significa que o poder de eletrocutar de Phoebe pode estar prestes a voltar. Quem sabe? 

Bom, por enquanto é só isso. Eu ainda estou em busca da edição de número #7 centrado em Piper e Leo e na filha deles Melinda que parece ser muito interessante e lida com o descobrimento de Piper e Leo em relação aos poderes de Melinda. Se eu conseguir achar as próximas edições eu volto com novas resenhas. Até lá. 

terça-feira, 8 de março de 2011

A Representação da Jornalista em Seriados de TV: Lois Lane, a Repórter (Coluna)


Aproveitando que hoje é Dia da Mulher, resolvi postar parte da minha monografia que fala sobre Lois Lane, que nos quadrinhos precisou driblar muito preconceito para chegar onde chegou. 

A REPRESENTAÇÃO DA JORNALISTA EM SERIADOS DE TV:
LOIS LANE, A REPÓRTER

Jimmy Olsen: Nossa, Senhorita Lane. Como você sempre consegue as melhores matérias?
        Lois Lane: Uma boa repórter não consegue as melhores matérias, Jimmy...
   Perry White:                     ...Um bom repórter faz com que elas fiquem boas.

(Superman, O Filme)

Quem é Superman? O que o define? O Super-herói mais famoso do mundo dos quadrinhos, que completa este ano 72 anos de existência, foi criado em 1938 pela dupla Jerry Siegel e Joe Shuster. O bebê Kal-el, antes de se tornar o herói mais famoso do universo,foi mandado pelos pais Jor-el e Lara para a Terra antes que o seu planeta de origem Krypton explodisse. Através de cristais de seu planeta natal, Superman pode se comunicar com o seu pai através de uma tecnologia avançada e pensar em maneiras de fazer novos salvamentos e ajudar a raça humana. Seu altruísmo, coração puro e inclinação em ver o lado bom das pessoas são alguns dos fatores que aproximaram Superman de Lois Lane.

Superman é mais rápido que uma locomotiva e capaz de saltar de prédios em um só pulo. Seus poderes ainda incluem voar, visão de raio x, visão de calor, super sopro entre outros. E quanto a Lois Lane? Ela é uma mera mortal sem nenhum poder extraordinário exceto o seu super faro jornalístico que, certamente, lhe causa problemas, mas, também, lhe permite  identificar os grandes temas  para investigar.

 E nem todas são sobre o Superman, já que ele nem havia aparecido em Metropolis quando ela investigou sua primeira grande matéria aos 15 anos, antes mesmo de entrar para o Planeta Diário como foi relatado no especial ”O Mundo de Metropolis”, em que cada história era centrada em um personagem diferente que trabalha no Planeta Diário. Na história Minhas Férias de Verão, roteirizado, por John Bryne, onde Lois Lane antes mesmo de conhecer Superman se mete em confusão em busca de uma matéria. Querendo provar para o editor Perry White que era capaz de ser uma boa repórter mesmo sendo tão jovem, ela vai até o escritório de Lex Luthor em busca de provas que o incriminem. Infelizmente, acaba sendo pega, mas, mesmo assim, Lois consegue provas que impressionam Perry que dá a ela o emprego que tanto queria. No mesmo especial, descobrimos que Lois foi a razão porque Clark decidiu fazer jornalismo. Quando ele a vê correndo de bandidos e nota ser uma repórter do Planeta Diário, ele admite que seria uma boa idéia ficar por perto das notícias para saber em primeira mão quando ele precisasse fazer salvamentos como acontece na história centrada em Clark chamada Um Estranho na Cidade

Lois Lane teve diversas representações na mídia ao longo desses 72 anos. De Phyllis Coates (A Primeira Lois Lane a aparecer em um seriado de TV da década de 50), passando por Noel Neil, Margot Kidder, Teri Hather, Erica Durance e por fim, Kate Bosworth (a última Lois Lane até o momento, do filme Superman Returns).

Não importa qual atriz a represente, Lois Lane sempre será a repórter de aço do Planeta Diário, que sempre se mete em confusão em busca de boas matérias investigativas. O que sempre resulta em Superman tendo que resgatá-la de alguma enrascada, embora algumas vezes ela consiga fazer isso sozinha.

 3.1 Histórico Lois Lane – Dos Quadrinhos a TV

[...]Eu prefiro enfrentar o Coringa, Ele desiste ocasionalmente, mas Lane? Nunca. Uma repórter com faro para sangue. (”Birds of Prey #102, 2007,pag. 06)

A primeira aparição de Lois Lane nos quadrinhos coincide com a primeira aparição de Superman nos quadrinhos, na Action Comics #1, de 1938, durante a primeira onda feminista onde as mulheres já estavam conquistando alguns direitos, como o de votar. Escrito por Jerry Siegel e desenhado por Joe Shuster, os criadores do homem de aço certamente criaram uma mulher que viveria em seus próprios termos, e fazendo Lois uma repórter trabalhando em um local e em um emprego totalmente dominado por homens, era algo formidável para a época. Mas Lois provou que não era uma mera secretária que estava no jornal para servir aos homens. Ela tinha instinto jornalístico e conseguia farejar de longe boas historias que renderam depois ótimas manchetes para o jornal.

Nely Bly, famosa repórter investigativa, foi uma das inspirações dos criadores do Superman ao criar Lois Lane, já que a repórter usava bastante a tática de disfarces na hora de investigar suas matérias no século XIX. Segundo Jerry Siegel, um dos criadores do Superman, Lois foi inspirada na jornalista fictícia Torch Blane que apareceu em uma série de filmes da década de 30 e foi interpretada pela atriz Lola Lane em um dos filmes. A personagem tinha o mesmo estilo de Nely Bly. Jerry Siegel, co-criador do Superman revelou à revista “Time Magazine”, em 1988, detalhes sobre a criação da jornalista.  Ele conta que Lois foi inspirada em uma heroína que era uma garota trabalhadora cuja prioridade era conseguir furos jornalísticos.
           “O que me inspirou na criação foi Glenda Farrel, a estrela de cinema que interpretou Torchy Blane, uma repórter em busca de manchetes com personalidade marcante, além de muito bonita. Ela estrelou uma série de filmes e também por causa da atriz Lola Lane (que também interpretou Torchy), me chamou a atenção. Eu batizei a minha personagem de Lois  Lane.” (SIEGEL, 1988)

Mesmo assim, outra grande inspiração para a primeira  Lois Lane  da TV,  veio na década de 40 com o filme Jejum do Amor (1941) estrelado por Rosalind Russell e Carry Grant. Foi a repórter Hildy que era obstinada, tinha faro para notícia, e falava rápido, que inspirou a primeira Lois Lane animada na animação do Superman produzida por Max e David Fleicher.

Quando o movimento feminista mudou a maneira como a sociedade via as mulheres no local de trabalho, os quadrinhos deram a Lois Lane uma razão pessoal para se comportar da maneira como ela se comportava. Na era moderna, Lois ganhou um pai julgador, que preferia ter tido um filho em vez de uma filha. Essa pequena renovação substitui o antigo “Invadindo o Clube dos Homens”, mas ainda assim manteve, o desejo de Lois de se provar como pessoa e repórter. Também fez dela uma pessoa não tão confiável e rebelde aos olhos dos homens autoritários.

Segundo Simone De Beauvoir (1970), desde os tempos primórdios, o mundo sempre foi dominado pelos homens, desde a época das cavernas onde homens batiam em mulheres, mostrando sua superioridade ao escolhê-las para casamento, sem dar a elas a chance de ter uma opção.  À mulher eram impostas as regras criadas pelo homem sem ter a chance de renunciar a elas, já que os mesmos contavam com o privilégio de serem mais fortes que as mulheres.
            “A história mostrou-nos que os homens sempre detiveram todos os poderes concretos; desde os primeiros tempos do patriarcado, julgaram útil manter a mulher em estado de dependência; seus códigos estabeleceram-se contra ela; e assim foi que ela se constituiu concretamente como Outro. Esta condição servia os interesses dos homens, mas convinha também a suas pretensões ontológicas e morais. Desde que o sujeito busque afirmar-se, o Outro, que o limita e nega, é-lhe, entretanto necessário: ele só se atinge através dessa realidade que ele não é.Por isso, a vida do homem nunca é plenitude e repouso, ela é carência e movimento, é luta. Diante de si, o homem encontra a Natureza; tem possibilidade de dominá-la e tenta apropriar- -se dela. Mas ela não pode satisfazê-lo. Ou ela só se realiza como uma oposição puramente abstrata e é então obstáculo e permanece alheia, ou se dobra passivamente ao desejo do homem e deixa-se assimilar por ele; ele só a possui consumindo-a, isto é, destruindo-a. (Beauvoir, 1970,p.177)

Com esse texto, a autora analisa os modos como as mulheres foram historicamente tratadas desde os primeiros grupos sociais. Beauvoir esclarece sobre como era útil para os homens manterem as mulheres dependentes deles, criando códigos que davam prioridades a interesses deles, destruindo, assim, os interesses das mulheres. Elas não tinham voz, não tinham ideais, não tinham lutas, a não ser que fossem implantadas ou sugeridas pelos homens.

Hoje, não só a mulher tem a chance de escolher quem ela quer para matrimônio, como a opção de querer casar ou não. A mulher tem a opção de escolha segundo as suas próprias leis. Ela não é mais submissa às leis patriarcais criadas para mantê-la calada ou confinada em casa à espera da volta do “homem guerreiro”. Hoje, a própria mulher enfrenta obstáculos e luta pelo que acredita, usando os próprios punhos e força. A mulher é tão heroína quanto o homem.
Isso pode ser muito bem visualizado nas primeiras edições das revistas em quadrinhos do Superman, publicadas na década de quarenta. Nelas, Lois Lane, que ainda não era uma repórter tão conhecida ou prestigiada, tem que batalhar por seu lugar na redação de um grande jornal metropolitano, o Planeta Diário, onde serve meramente como assistente ou escrevendo colunas sobre conselhos para mulheres solitárias. Mas Lois queria ser uma repórter de verdade numa era onde a sociedade patriarcal dava mais importância aos homens do que ás mulheres, e concedia aos homens o privilégio de cobrir as melhores matérias. Lois precisou trilhar seu caminho no jornal para conseguir fazer seu nome como repórter.

Dana Delaney, atriz que emprestou sua voz a personagem nas séries de animação Superman Animated e Liga da Justiça/Liga da Justiça Sem Limites , durante a década de 1990 e 2000, lembra que mesmo na década de 1950 quando era esperado de uma mulher somente se casar e ter filhos, com Lois era diferente. Ela não aceitava ordens de ninguém e já tinha uma carreira respeitada naquela época, mesmo, não sendo ainda tão conhecida.

Já Margot Kidder que interpretou a personagem nas décadas de 1970 e 1980 nos filmes Superman I-IV, conta que sua versão da personagem vem de uma época em que as mulheres estavam cada vez mais engajadas na luta do feminismo e da liberação sexual.
Lois Lane é um exemplo claro da mulher emancipada que periodicamente confronta personagens masculinos para que os mesmos lhe dêem o devido valor: seu pai, seu chefe e até mesmo Clark Kent/Superman que como o típico super herói americano/marido ainda vê Lois como uma donzela em perigo que precisa proteger já que a repórter já se meteu em inúmeras enrascadas ao longo dos setentas e dois anos, desde a sua criação em busca de um grande furo de reportagem. 
Desde sua criação em, 1938, Lois Lane começou a sua jornada para ser conhecida como um ícone da cultura popular tendo até músicas e nomes de bandas em sua homenagem, que só mostram a importância da personagem. Com o passar do tempo, não precisa mais de Superman para qualificá-la, ou dar reconhecimento e legitimação. Ela já possui essas qualidades por mérito próprio. Lois tem durado e prosperado por setenta e dois anos , passando por depressões econômicas, recessões, guerras e dúzias de presidentes. Por quê? Porque até Superman precisa de uma heroína.

     E isso só vem provar que os tempos mudam, as atrizes que a interpretam dão nuances novas e diferentes a personagem, mas ela continua a mesma. Esperta, sagaz, sem noção do perigo que corre quando sai em busca de manchetes para boas histórias, mas, mesmo assim, um ícone da cultura popular e um modelo a ser seguido.

             “As vezes me fazem aquela pergunta : por que você foi logo ser jornalista Lois? Costumo dar a resposta que querem ouvir.À parte a imagem atual da profissão, considero o jornalismo uma missão nobre. Fiscalizar o poder e etc. Claro que isso faz parte. Mas não me estendo muito analisando a profissão numa perspectiva mais ampla. A verdade é que estou nessa porque não há nada mais divertido do que fazer os calhordas da vez espernearem.”(Superman #49,2006)[1]

           Como vimos a repórter fictícia Lois Lane não mudou muito ao longo desses 72 anos de existência. Ela começou sua jornada no final da década de 30 como uma mulher de carreira, ganhou sua própria revista durante as décadas de 50 a 70 (Lois Lane – A Namorada do Superman),  onde sofreu um retrocesso onde ela tinha dois objetivos na vida: desmascarar quem na verdade era Superman e se casar com ele. Aliás, no episódio “Persuasion” da nona temporada de Smallville, a série faz uma homenagem a essa fase da personagem, quando Lois é acidentalmente persuadida por Clark, graças a um novo tipo de Kryptonita, a agir como uma esposa tradicional da década de 50 e temos uma cena divertida de Lois preparando o jantar do futuro marido, e sem se importar com a sua carreira jornalística.

Finalmente em 1986, depois do arco chamado Crise nas Infinitas Terras que mudou completamente o universo da DC Comics, Lois e vários personagens da editora foram redefinidos, atualizados e melhorados. Lois ainda era a personagem originalmente criada com todos os seus atributos, mas agora era também uma mulher moderna, sagaz, que fazia de tudo para conseguir uma boa manchete e nada nem ninguém poderia impedí-la de conseguir uma. Ainda tinha o seu lado romântico, mas foi deixado de lado sua obsessão em se casar com o Superman como aconteceu na década de 50 por conta da onda da chamada “baby boom” ou “invasão dos bebês”, que aconteceu na época quando os soldados americanos voltaram para casa depois da Segunda Guerra Mundial.

E mesmo quando ela se tornou oficialmente a “Senhora Superman” em 1996, casando-se com o seu  herói, isso não a desqualificou como jornalista, afinal só ela e os pais de Clark sabiam desse detalhe, para o resto do mundo ela é casada com Clark Kent. Eles ainda são parceiros no jornal, mas muitas vezes investigam e trabalham em matérias diferentes, fazendo com que Lois corra riscos de vida como sempre e tendo seu marido que resgatá-la na maioria das vezes, mas nem todas elas.

3.2 Teri Hatcher –  Jornalista Moderna
                  “Perry, eu sou uma repórter. É isso que eu faço. Se essa é a última grande história para cobrir para a última edição do Planeta Diário, então é isso. Para onde mais eu iria?” (All Shook Up, episodio 10, primeira temporada)

Na década de 90, Lois Lane não é mais conhecida como a eterna donzela indefesa. Ela não só sabe se defender muito bem com golpes de karatê e artes marciais contra bandidos, como também chega a salvar o seu herói Superman quando precisa. Isso tudo em meio as suas investigações que sempre a colocam em enrascadas sem tamanho.   

A série Lois & Clark – As Novas Aventuras do Superman durou de 1993 a 1997 com quatro temporadas, mas as duas primeiras temporadas exploraram a vida profissional da jornalista Lois Lane enquanto ainda conhecia o seu parceiro e futuro marido Clark Kent. Nas temporadas seguintes, os produtores da série deixaram o lado jornalístico como pano de fundo para os encontros e desencontros amorosos do casal de protagonistas.

Lois & Clark foi uma série de TV do tipo comédia romântica dos anos 90,  nos moldes de Casal 20 (Hart to Hart) e A Gata e o Rato (Moonlighting) nas duas décadas anteriores. Com o mesmo estilo de um casal investigando casos estranhos (que depois veio consolidar o gênero com Arquivo X).  A série trazia as aventuras da dupla de repórteres Lois Lane e Clark Kent do Planeta Diário como personagens principais e Superman, o herói e identidade secreta de Clark, como personagem secundário.

E não é só isso. Essa é a primeira vez na história de uma série televisiva sobre o homem de aço em que o nome de Lois Lane aparece na frente do dele nos créditos iniciais, mostrando a importância da repórter no seriado. Ela não era somente a namorada do Superman. Não era mais a mocinha indefesa. Ela estava lá para ajudá-lo também. Ao mesmo tempo em que ficava em apuros por conta de matérias e problemas.

No começo Lois tinha obsessão em entrevistar Superman não só pelo potencial da matéria em si, mas também pelo fato de admirá-lo como pessoa como é mostrado no episódio “Neverending Battle” (episodio 03, primeira temporada) que claramente espelha a mesma entrevista feita no primeiro filme sobre o homem de aço, de 1978, estrelada por Christopher Reeve e Margot Kidder.

Sempre argumentando com Perry, seu editor chefe, pela exclusiva do Superman que deveria sempre ir para ela. Nesse mesmo episódio, ela chega a roubar um furo do colega Clark Kent, se arrependendo depois. Ela acaba aprendendo a lição quando mais tarde, Clark faz o mesmo com ela. Clark também descobre nesse episódio até onde Lois vai em busca de uma boa matéria.
Clark: Lois é sempre agressiva na busca por matérias?
Jimmy: O apelido Cachorra Louca (Mad Dog) Lane lhe diz algo?

Para atriz Teri Hatcher (1994) que interpretou Lois Lane durante as quatro temporadas da série durante a década de 90, o sucesso da personagem se deve ao fato da repórter ter uma fragilidade escondida por trás de seu exterior aparentemente rude.

“Algumas pessoas acharam essa Lois muito dura ou muito agressiva. Eu tenho a minha própria teoria de que algumas pessoas se sentem ameaçadas por uma mulher que possua essas qualidades. Ainda não é uma qualidade popular para uma mulher possuir em um local de trabalho. Embora eu não ache que ela vá ficar menos independente como uma garota com uma carreira. Eu a vejo crescendo e amadurecendo para expressar sua vulnerabilidade melhor.” (HATCHER, 1994.)

Para a atriz que ficou surpresa ao receber tantas cartas de fãs na época por ter sido a primeira atriz a dar um toque sexy a personagem, graças ao famoso ensaio em que ela está embrulhada na capa do Superman, que fez parte do material promocional da série. Aliás, o próprio ensaio foi sugerido pela atriz.

 “Eu nunca entendi porque ser sexy e ter cérebro não funcionam juntos em qualquer mulher de personalidade forte. Eu acho que Lois Lane é uma mulher de personalidade forte porque ela foi escrita como uma típica heroína de história em quadrinhos, mas tem mostrado emoções que os quadrinhos nunca exploraram antes. É uma mistura entre a heroína de quadrinhos e a garota moderna. É um balanço perfeito no roteiro.” (HATCHER, 1995.)

Mas mesmo depois de Lois descobrir a verdade sobre Superman. Que ele e Clark Kent eram a mesma pessoa, depois de passar por inúmeros apuros  por conta de manchetes de primeira página e depois de ter finalmente se acertado com Clark, Lois ainda buscava sempre melhorar. Competindo muitas vezes consigo mesma, querendo ultrapassar limites anteriores. Sempre querendo ser a melhor repórter.

E isso continuou avançando para o século XXI, no novo milênio onde conhecemos uma Lois Lane ainda mais jovem que a versão interpretada por Teri Hatcher.
                               
3.3 Erica Durance – Reencarnação dos Quadrinhos
                   “Eu sou uma repórter. Fazer perguntas está no meu sangue.”( Pandora, episodio 09, nona temporada.)

E na década de 2000, temos uma nova Lois Lane. Mais jovem, mais atrevida, mais sarcástica, mais sexy.  É assim que muitos fãs de carteirinha do seriado Smallville, centrado nas aventuras do adolescente Clark Kent, definem a versão jovem de Lois Lane interpretada pela atriz canadense Erica Durance, que entrou para o elenco da série em 2004 durante a sua quarta temporada.

Mas infelizmente, como tudo na série, teve um processo demorado, a maneira como Lois descobriu sua paixão pelo jornalismo também foi assim. Ela chega a Smallville, no episódio Crusade em busca de pistas sobre o paradeiro da prima Chloe Sullivan que foi dada como morta. O FBI havia fechado o caso e ela só sabia do amigo de Chloe, Clark que também estava desaparecido. Resolvido o problema, Lois é obrigada a ficar na cidade por mais três episódios para completar os créditos necessários para se formar no colégio, já que ela era dois anos mais velha que Clark e Chloe. Nesse meio tempo, ela escreveu para o jornal do Smallville High, The Torch (A Tocha), embora sempre falasse que não tinha interesse na profissão, mas que precisava dos créditos necessários para poder ir para faculdade Metropolis University.

Passam-se dois anos antes de Lois descobrir sua vocação jornalística. Nesse meio tempo, ela se envolveu em casos estranhos, que acabavam levando ela e Clark a investigarem os mesmos na cidade de Smallville ou Metropolis. Entretanto, na sexta temporada, quando uma porta de celeiro cai do céu bem na sua frente (coincidentemente Clark estava doente e espirrou a porta do celeiro da sua fazenda para longe de casa.)  aguçou não só a curiosidade da futura repórter mas despertou seu faro jornalístico. Ela acabou conseguindo emprego em um jornal sensacionalista Metropolis Inquisitor, já que não havia vaga para trabalhar no Planeta Diário até a temporada seguinte onde consegue um emprego de repórter graças à espaçonave da prima de Clark, Kara, que Lois encontra no começo do segundo episódio da sétima temporada.

Durante a sétima temporada, ela investiga casos relacionados à família Luthor sozinha ou com a ajuda do fotógrafo Jimmy Olsen. Já na oitava e nona temporadas quando Clark entra oficialmente para a equipe do Planeta Diário, a dupla Lane & Kent finalmente é formada. E não só isso, os personagens, finalmente, podem ter um relacionamento amoroso na série, como é bem explorado nessas temporadas.

              “Agora que estou aqui com você, sinto mais orgulho de descobrir a verdade do que em ter uma manchete.” (Plastique, episódio 02, oitava temporada)

    
Erica Durance (2004) , que interpreta a heroína no seriado de tevê Smallville, reflete sobre a personagem e por que ela é tão popular. Segundo a atriz, o que mais gosta na personagem é que é também uma heroína. Ela não se vê dependente de outras pessoas, e embora seja salva constantemente pelo Superman, ainda vai tentar sair da situação da sua própria maneira. Para a atriz, o lado bom de interpretar a personagem é que ajudou a torná-la mais confiante. Tornou-se campeã de uma causa, basicamente, de mulheres tomando o controle de suas vidas e sendo independentes — fazendo as coisas e não tendo desculpas.

Erica, também comenta sobre a diferença da sua Lois jovem para a Lois adulta quando começou em 2004:
            “A diferença é que, quando você é mais jovem, é claro que ainda não se firmou na carreira de jornalista. A característica marcante da Lois adulta é a sua tenacidade como repórter, que já aparece na energia que ela traz para Smallville. Ela pode estar numa sala, ver uma situação e dizer ”Muito bem, sei o que preciso e, para consegui-lo de tal pessoa, preciso fazer isso e aquilo.” O truque para retratar Lois é mostrar seu lado humano e vulnerável. A Lois mais velha tem sua fragilidade, mas ela a disfarça com a sua ousadia. A Lois jovem tem outra forma de se mostrar mais forte.”(DURANCE, 2004)

A atriz lembra que o trabalho de Lois como repórter no Planeta Diário faz parte da identidade de Lois,. E que ela se encontrou quando descobriu sua vocação como repórter. E foi essa vocação, a busca pela verdade, por respostas para perguntas difíceis que seduziram Lois para essa profissão.

“Faz parte dela querer ficar no meio do caos. E que melhor maneira de fazer isso enquanto fareja uma matéria? Ela sempre quis achar respostas, e essa é a maneira dela para chegar lá. Ela quer respostas para qualquer tipo de pergunta.” (DURANCE 2009)

Para o final da série, Erica tem algumas idéias de como queria que Lois finalizasse sua jornada.
“Eu quero que ela se torne uma jornalista respeitada, que está constantemente procurando pela verdade. Quero que ela escreva algumas matérias importantes e continue indo nessa direção.” (DURANCE, 2007)

Mas Erica não teve o que reclamar nas últimas duas temporadas quando Lois finalmente, consegue investigações de destaque como aconteceu no episódio especial de duas horas “Absolute Justice” da nona temporada, onde investigou sozinha sobre a organização Xeque-Mate enquanto Clark lidava com os heróis da Sociedade da Justiça. Lois acabou conseguindo uma matéria de primeira página no Planeta Diário graças a sua investigação.
        A décima e última temporada da série começa em setembro e com isso Lois chega cada dia mais perto da grande repórter que todos conhecemos. Ela já está no caminho certo, trilhando seu destino como a repórter de aço que ajuda Superman, enquanto investiga grandes matérias. Agora só falta ela ser indicada ao Pulitzer, seu grande sonho profissional em todas as versões mostradas até agora.



[1]  Lois Lane diz essa frase na edição #49 da revista “Superman” na história “Porto Seguro”, quando ficou trabalhando em casa por estar doente devido a uma gripe forte antes de ser perseguida por um vilão criado por uma organização que planejava dominar o mundo e Lois era um dos alvos. A história é toda narrada pelo ponto de vista de Lois. Ela havia brigado com Clark nessa história porque ele insistia em convencê-la de desistir da matéria perigosa em que ela escrevia.

sábado, 5 de março de 2011

Ti Ti Ti 2010/2011 (Resenha) Parte 1


Uma Novela que Gerou O Maior Ti Ti Ti 
Por Louise Duarte

Depois de praticamente 10 ou 15 anos depois, voltei a ver novelas. Nem lembro qual foi a última que assisti por completo sem perder um só capítulo. Provavelmente foi A Próxima Vítima (que também tinha Alexandre Borges no elenco) , na época em que Silvio de Abreu ainda conseguia elaborar boas tramas. Bons tempos aqueles... Demorei para fazer um post sobre a novela, mas estou fazendo já que só restam duas semanas antes do seu fim. Terei que dividir esse post em mais de um por conta dos detalhes da trama que acabou virando um crossover com outra novela. 

De qualquer jeito, quando ano passado anunciaram o remake de uma das minhas novelas favoritas, Ti Ti Ti, não teve jeito. Tive que me render. E não era só isso. Seria uma espécie de crossover com outra novela , Plumas e Paêtes. Ambas as novelas tem um tema em comum: O mundo da moda, por isso funcionou tão bem. Aliás, nesses oito meses desde o inicio da novela, tiveram outras referências a outras novelas de Cassiano Gabus Mendes (autor da primeira versão de 1985), como Meu Bem Meu Mal (Já que a personagem de Divina Magda desembarca na trama no final de 2010), Mário Fofoca (de Elas por Elas) entre outras inúmeras referências a novelas e programas protagonizados pelos atores da novela. 

Para quem não lembra, na trama de 1985 tinhamos Ariclenes Martins e André Espina (interpretados por Luis Gustado e Reginaldo Faria) que eram inimigos desde a infância e não se suportavam. André se casa com uma dondoca e se torna um costureiro famoso conhecido como Jaque LeClair enquanto que Ari ainda vivia as custas da mulher Susana Martins (interpretada por Marieta Severo). Ambos tinham o filho Luti (interpreto por Cassio Gabus Mendes) que acaba se apaixonando por Valquiria (Malu Mader) filha de André, transformando o romance dos jovens em uma história típica de Romeo & Julieta. Ainda completavam a trama Jaqueline (Sandra Brea) e Clotilde (Tania Alves), amantes do costureiro. 

Depois de conhecer uma senhora que costurava vestidinhos de moda para bonecas, Ari tem a ideia de pedir ao filho Luti para desenhar os mesmos vestidos e pedir a amiga Marta para costurá-los, surgindo então o famoso e misterioso Victor Valentim. 

Na trama de 2010/2011, os mesmos personagens são interpretados por Murílio Benício como Ariclenes/Victor Valentim, Alexandre Borges como André Espina/Jaque Leclair, Malu Mader como Susana, Humberto Carrão como Luti ,  Juliana Paiva como Val,  Claudia Raia como Jaqueline e Juliana Alves como Clotilde

Plumas e Paêtes exibida em 1980/1981 focava também no mundo da moda e em personagens que foram trazidos para o remake de Ti Ti Ti como o triângulo entre Edgar, Marcela e Edgar, os personagens Amanda e Angelo (que na versão de 2010 viraram irmãos de Gabriela de Ti Ti Ti) e a A família Bianchi. Infelizmente, eu não via Plumas e Paetês pois era muito criança, então lembro mais de Ti Ti Ti.  
O remake da novela, ficou tão divertido e bom quanto a primeira versão, e ainda adicionaram novos personagens que deram um que a mais como a modelo Desirée (Mayana Neiva) apelidada carinhosamente como "cavalona" pelos moradores do belenzinho por conta de seu jeito desastrado e espalhafatoso. Ela acaba virando a modelo principal de Victor Valentim depois que ela e Chico (Rodrigo Lopes) aparecem em uma festa da revista Moda Brasil, atiçando os jornalistas em relação ao modelo criado pelo misterioso estilista espanhol. 

Claudia Raia está impagável como a nova Jaqueline. Que fez de tudo um pouco na novela e até freira ela foi! Os barracos de Jaqueline sem dúvida nenhuma foram os melhores e ela agora voltou poderosa disposta a humilhar Jaque La Clair por todas as humilhações que ele a fez passar, especialmente depois que a trocou por Clotilde. Agora com a ajuda do eterno apaixonado Massa (Marcos Frota) e do marido gay Thales (Armando Babaioff) que comprou a marca do estilista para ajudar Jaqueline em seu plano de vingança. 

Em breve novo post sobre a novela onde falarei dos casais Ari/Susana, Marcela/Edgar, Marcela/Renato, Luti/Valquiria além dos personagens que foram tirados de Plumas e Paêtes. Enquanto isso, fiquem com as chamadas da coletiva de imprensa da novela quando foi lançada em Julho de 2010.