HELENO: Rodrigo Santoro e José Henrique Fonseca revelam as dificuldades na realização do filme
21/03 - 16h27
por Redação Cinema em Cena
José Henrique Fonseca, Alinne Moraes e Rodrigo Santoro na coletiva de Heleno, no Rio.
Reportagem e fotos por Louise Duarte, especial para o Cinema em Cena
Heleno, filme em que Rodrigo Santoro interpreta Heleno de Freitas, o famoso e polêmico jogador do Botafogo da década de 40, estreia no próximo dia 30 de março. Em coletiva realizada no último dia 12, em um hotel da Zona Sul do Rio de Janeiro, o ator, acompanhado de Alinne Moraes e do diretor José Henrique Fonseca, recebeu a imprensa para responder a perguntas sobre o longa-metragem.
Fonseca afirmou que escolheu retratar Heleno em seu filme porque ele é um personagem carismático e com a vida cheia de drama. “Ele era um mito de Copacabana. Daria e deu um filme muito bom”, disse o cineasta que não fazia um filme desde 2003, quando lançou O Homem do Ano.
Santoro não conhecia Heleno quando foi convidado pelo diretor para protagonizar o longa. E Fonseca só faria o filme se Rodrigo estrelasse. “Já tinha ouvido falar dele, mas não o conhecia e não tinha nem certeza se era um jogador do Botafogo. Não sabia praticamente nada e uma das razões pelas quais eu topei fazer esse filme foi que a minha geração não conhece esse personagem importante para o patrimônio do futebol brasileiro, lá nos anos 40. É uma história muito intensa de uma forma trágica. Acho difícil definir quem foi o Heleno. Acho que ele foi um grande jogador de futebol, um homem movido pela sua grande paixão, que era o futebol. Ele era advogado formado e tinha tudo para seguir um outro caminho e abdicou de tudo para viver de futebol, que era a paixão dele.”
Santoro contou que a preparação para viver o jogador de futebol nas telas foi um processo longo. “O Heleno é um mito. A gente conheceu sobre o atleta através da história e fotografias, então aos poucos fomos conhecendo o homem por trás das polêmicas. Eu fiz aulas de fundamentos do futebol com o Claudio Adão por uns dois meses. Achei importante entender o processo de treinamento”, lembra o ator, que precisou emagrecer 12 quilos para a fase decadente do personagem. “Nós paramos mais ou menos um mês e meio, quando eu fiz um regime bem focado. Uma dieta rigorosa com muito exercício e pouco carboidrato. Muita disciplina e não recomendo fazerem casa. Não é divertido perder muito peso em pouco tempo. Tem que ter equilíbrio.”
Alinne Moraes, que faz o papel de Sílvia, mulher de Heleno, contou como foi viver uma mulher que conviveu com um homem de temperamento explosivo. “Acho que me entreguei, estava disposta a tudo, mesmo as surpresas que aconteceram na hora. Tivemos dois meses de preparação, pesquisa e tudo mais. Foi o tempo suficiente para entrar nesse universo. Acho que a Sílvia se apaixona em um primeiro momento pelo Heleno e o admira muito, acredita muito nos dois. É um amor de mulher, bonito de se ver, que ela leva até o final.”
Fonseca explicou que decidiu fazer o filme todo em preto e branco por considerar que usar o formato é o sonho de todo cineasta. “Eu tenho esse sonho desde os 12 anos de idade e a minha formação são os filmes em preto branco, do Bergman, os europeus ou americanos. Acho que é um fetiche de qualquer cineasta de filmar em P&B. Essa história especifica, por ser uma história dos anos 40, trazer o preto e o branco é a fantasia, né? A cor é a realidade. É um jeito de você trazer essa história para isso e o preto e branco é o melhor veículo.”
Santoro (que também é produtor do filme) e Fonseca também falaram um pouco sobre a fase de produção. “É um filme caro, filme em preto e branco, 8 milhões e meio (de reais). Foi um investimento pessoal para esse filme ter acontecido”, contou Fonseca. “Fiz um filme incrível com uma equipe de ponta no mercado nacional, músicas como as de Billy Holiday e com a ajuda fundamental do Eike Batista.” Santoro completou dizendo como foi difícil ir em busca de patrocínio para que o filme saísse. “Produzir é complicado em qualquer lugar do mundo. Não foi nada fácil e a gente demorou bastante para conseguir captar para fazer o filme. Todo mundo batalhou muito”, disse o ator.
Heleno, que será lançado com 80 cópias no país, já tem previsão para estrear no exterior. Nos Estados Unidos, o lançamento será no final do segundo semestre, assim como na Europa. O longa foi muito bem recebido nos festivais por onde passou até o momento, como em Toronto, Miami e Havana.
À noite, após a coletiva, o elenco ainda participou da première que aconteceu em um cinema do Leblon, Zona Sul do Rio. Entre os convidados, estavam o filho de Heleno, Luís Eduardo, além das netas do jogador. A pré-estreia lotou com convidados e muitos precisaram sentar nas escadas do cinema, que havia reservado três das quatro salas para o evento. Muita gente precisou correr para outro cinema do bairro onde também acontecia outra première para convidados.
Luís Eduardo, filho de Heleno, e as netas do jogador compareceram à pré-estreia do filme no Rio.
Matéria originalmente publicada no Cinema em Cena.
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