Hoje é dia de Rock, bebê
Shows da Blitz e Rock in Rio agitaram o cenário carioca
O show foi um sucesso de público que encheu a casa de show para reviver clássicos dos anos 80, como “Você não soube me amar”, “Biquini de Bolinha Amarelinha”, “Betty Frígida”, “Mais Uma de Amor”, “A Dois Passos do Paraíso”, “Ridícula”, “O Romance da Universitária Otária”, entre outros sucessos da década. Fãs adultos nostálgicos e também a nova geração compareceram e dançaram ao som da banda.
Evandro Mesquita concedeu uma entrevista ao O Estado RJ falando da volta da Blitz ao Circo Voador, da canja que o baixista do Rolling Stones deu no show, além da edição do Rock in Rio de 1985 em que a banda participou como uma das atrações principais na época.
O Estado RJ: Como foi voltar ao Circo Voador depois de tanto tempo, já que foi no Circo Voador que a carreira da banda começou?
Evandro Mesquita: Foi emocionante. É sempre uma alegria e um alto astral. Passa um filme na minha cabeça desde o começo, quando ele nasceu no Arpoador e eu fazia a programação musical. Blitz, Barão Vermelho, Brilho da Cidade, Sangue da Cidade, Atlântico Blues, entre outras bandas que surgiam do underground e tinham um lugar e a oportunidade de saírem das “garagens”.
O Estado RJ: Por que o nome Rock in Real para esse show? Seria uma brincadeira com o Rock in Rio pelo fato do festival ter tido mais atrações Pop que Rock?
Evandro Mesquita: É uma dor de cotovelo misturado com dor de corno, pois a Blitz foi muito importante no começo. Foi a primeira banda a encher estádios e ginásios, tínhamos uma ligação muito forte com o Rock in Rio. Eu fui a vários almoços e entrevistas, participei do clipe cedendo minha imagem, depois de chegar virado de um show e ir para Copacabana gravar o clipe. Achávamos que merecíamos estar lá. Seria uma ligação emocional grande ter participado do primeiro. Logo agora que estamos com uma formação muito especial e fazendo shows até no Japão. E Blitz é a banda mais carioca de rock. Mas a bola é dele (Roberto Medina) e os méritos também por ter fixado a marca como um dos mais importantes festivais de música do mundo. Ele bota quem quer. Pena!
O Estado RJ: Como foi tocar no Rock Street com o Fabulous Tab no Rock in Rio, no dia 24?
Evandro Mesquita: Confesso que estava meio de saia “justérrima”, pois queria a Blitz no “palcão”. Mas quando começamos a tocar foi juntando uma multidão seguindo o som que saía das caixas na rua do rock e quando mandei A Dois Passos do Paraíso foi uma loucura e quase não consigo cantar. Tiraram Blitz do festival mas jamais tirarão do coração das pessoas.
O Estado RJ: E o que você achou da edição desse ano, em comparação com a de 1985 em que a Blitz tocou?
Evandro Mesquita: O de 85 foi mágico. Inacreditável! Hoje é mais previsível. Mas está tendo momentos emocionantes também.
O Estado RJ: Fale do show que vocês fizeram no Japão.
Evandro Mesquita: Ficaria horas falando desse sonho que nunca tinha sonhado e de repente ele cai na real e Blitz tocando os corações de milhares de brasileiros e japoneses, num país que devia servir de exemplo ao mundo pela honestidade de políticos e população. Foi a viagem de nossas vidas. Mesmo com medo deavião, quero muito voltar ao Japão.
O Estado RJ: Como foi tocar com o Darryl Jones, baixista do Rolling Stones, no Circo Voador?
Evandro Mesquita: Foi outro Japão. Recebi um email do Jorge e do Nilton dizendo que Darryl Jones estava de férias por aqui e viu nosso site e queria saber se podia dar uma canja com a gente. Foi um presente divino, numa hora que estávamos precisando desse carinho dos céus. E foi sensacional. Ensaiamos, jantamos e nos divertimos muito tocando quatro músicas dos Stones, uma do Bob Marley e uma da Blitz. O cara é o cara! Humilde, gente finíssima e um baita músico. Simplesmente, além de tocar de Miles Davis a Madonna, é o baixista dos Rolling Stones. É mole?
O Estado RJ: Você está atualmente com dois programas sendo exibidos na tv "A Grande Família" e a reprise de "Vamp". Quais são os seus momentos favoritos dos seus personagens em cada trama?
Evandro Mesquita: Na Vamp... Era o circo e umas bagunças por lá, de uma novela bacana. Calmon com humor e ficção. Na Grande Família é muito divertido e está um clima muito bom entre o elenco, direção, equipe e autores, Gostei muito, mas sofri, fazendo o irmão gay do Paulão.
O Estado RJ: E para finalizar, você tem algum caso curioso para contar que tenha acontecido em alguns dos shows recentes da banda?
Evandro Mesquita: São tantas emoções...
E a festa acabou na Cidade do Rock
Não teve drogas, lama e, segundo o público, nem Rock and Roll. O que imperou na versão 2011 do Rock in Rio foi Pop, Axé, filas intermináveis, furtos e desorganização por parte dos responsáveis pelo evento. E pouco Rock para um festival intitulado Rock in Rio que foi fechado debaixo de muita chuva com o show do Guns N´Roses, que teve um atraso de duas horas.
O Estado RJ: E para finalizar, você tem algum caso curioso para contar que tenha acontecido em alguns dos shows recentes da banda?
Evandro Mesquita: São tantas emoções...
E a festa acabou na Cidade do Rock
Não teve drogas, lama e, segundo o público, nem Rock and Roll. O que imperou na versão 2011 do Rock in Rio foi Pop, Axé, filas intermináveis, furtos e desorganização por parte dos responsáveis pelo evento. E pouco Rock para um festival intitulado Rock in Rio que foi fechado debaixo de muita chuva com o show do Guns N´Roses, que teve um atraso de duas horas.
Mas essa não é a primeira vez que o evento teve grupos e artistas que não tocavam rock. Em 1985 contou com a presença de Ney Matogrosso e Alceu Valença e em 2001 com Carlinhos Brown, Sandy & Jr, Daniela Mercury, N Sync e Britney Spears. Então não é de hoje que o festival tenta diversificar seus artistas para agradar a gregos e troianos.
Mas nem tudo foi reclamação porque, mesmo assim, o público esteve presente em peso em todos os dias do festival com uma disposição invejável. E a frase mais comentada e repetida “Hoje é dia de rock, bebê!”, dita por Christiane Torloni durante uma entrevista ao canal Multishow que cobria o evento, virou hit na internet chegando a entrar até para os trending topics do Twitter, e repetida até por outros artistas como Ivete Sangalo que puxou “Hoje é dia de swing, bebê” antes do seu show no dia 30.
Muitas novidades animaram o evento
Algumas das novidades que foram aprovadas pelo público merecem destaque: o brinquedo Tirolesa, a Rock Street que imitava ruas de New Orleans, além do Palco Sunset com apresentações marcadas para o entardecer que contou com a presença de Joss Stone, Bebel Gilberto, Sepultura, Cidade Negra, Pepeu Gomes, Zeca Baleiro, Erasmo Carlos, Mutantes, Titãs, entre tantos outros artistas.
Mas os roqueiros e metaleiros também tiveram seus dias no festival. Os dois domingos do festival foram os dias que mais tocaram rock com bandas como Metallica, Pitty, Evanescence, Gun´n Roses, Sepultura, Slipknot, System of Down entre outros. O festival também teve outros gêneros de música para agradar a todas as tribos. Como Katy Perry, Elton John, Rihanna, Shakira, Lenny Kravitz, entre outros.
Falando em Katy Perry, foi por causa de um beijo dado pela cantora californiana em Julio Salvo, o Julio de Sorocaba como ficou conhecido nas redes sociais, que o professor de informática virou celebridade da noite para o dia. Durante a música “I Kissed a Girl”, a cantora diz que o primeiro rapaz que tirasse a camisa seria o seu namorado brasileiro. Julio conseguiu a façanha e ainda ganhou o beijo de brinde. “Ganhei 50 mil seguidores no twitter, estou com o facebook em capacidade máxima. Ganhei prêmios e virei o "queridinho" da Claro. Ganhei ingresso para o dia 24, 01 e 02, estadia no hotel, tudo de graça e altas regalias como acesso à área vip, andar na tirolesa sem fila, conhecer artistas e inclusive gravei uma matéria para a Globo em cima do palco mundo de novo. Foi incrível", conta.
Com a palavra, o público
O próprio público do festival lembra o que mais gostou do Rock in Rio 2011, que voltou a sua cidade de origem depois de 10 anos. Para a Produtora e DJ Pollyana Assunção que foi exclusivamente para assistir aos shows de Katy Perry, Elton John e Coldplay, o festival desse ano foi mais organizado que o de 2001, no qual também esteve presente. “Definitivamente essa edição foi melhor, uma estrutura muito melhor, o espaço estava lindíssimo e bem organizado e os shows que vi dessa vez foram bem mais marcantes”, comemora. Ela também aponta que o festival teve problemas, mas que é algo comum em um evento desse porte. “Não que o Rock in Rio não tenha problemas. Tem sim e vários! Mas não acredito que algum festival ou show de grande porte seja uma coisa tranquila se você não for um vip chegando de helicóptero. Festival significa passar perrengue”, considera.
Já a jornalista Monique Moura gostou da diversidade do evento, mesmo tendo “rock” no nome. Os shows que mais vibrou foram das bandas de rock Red Hot Chilli Pepers e da Slipknot. Ela ainda lembra o momento mais marcante do evento. “O show do Slipknot foi demais. Já conhecia o som da banda, mas nunca tinha visto a performance. Algo louco e extraordinário, muito bom!”, recorda.
A advogada Elliane Bellizi esteve na edição de 1985, no dia da apresentação do Queen, inesquecível, segundo ela, tanto pelo show da banda como pela quantidade de lama no dia. “Fui a dois dias de apresentação. Não lembro o nome de todos os conjuntos que se apresentaram, mas o Queen foi demais com o Fred Mercury, espetacular. Assistimos tudo com os pés atolados na lama. Estragou o sapato de todos. Muitos rapazes tiraram a calça e ficaram de cueca por causa da lama”, relembra.
O Rock in Rio em 2012 vai viajar para Lisboa e Madri, e volta para o Rio em 2013, onde o organizador do evento, Roberto Medina, promete melhorias, como menos 15 mil pessoas presentes para garantir uma melhor circulação na Cidade do Rock.
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