Fotos by Louise Duarte
Luis Eduardo Matta lança novo thriller no Rio de Janeiro
Por Louise Duarte
O escritor Luis Eduardo Matta está de volta. Depois do lançamento de seu ultimo livro “O Véu” lançado em 2009, o escritor agora volta em dose dupla. Com “O Dia Seguinte”ele lança outro thriller de suspense e mistério que mostra o dia seguinte aos ataques terroristas de 11 de setembro de 2011. E com “As Bem Assumidas (?)” seu primeiro livro do gênero Chick Lit que vai ser lançado em setembro, o autor se prepara para para o lançamento do primeiro volume dessa série para meninas.
Luis conversou com a Digital Rio no lançamento de “O Dia Seguinte” na última quinta feira realizado na livraria Saraiva do Rio Sul, onde contou um pouco sobre seus novos livros e o que o motivou a escrevê-los.
Digital Rio: Fale Um pouco sobre o Livro “O Dia Seguinte”.
Luis Eduardo Matta : O Dia Seguinte é um livro de suspense, mistério; um thriller sobre um menino que perde a mãe nos ataques das torres gêmeas de 11 de setembro e ele precisa encontrar o pai que está desaparecido em Nova Iorque. É um menino brasileiro de origem árabe e que acaba fazendo uma grande amizade com o filho do sócio dele que é judeu. Então, além de uma história de mistério é também uma história que celebra a amizade entre árabes e judeus e a amizade de modo geral. Como um sentimento universal e que está acima de religiões, de etnias, preferências partidárias, acima de diferenças que existem entre os seres humanos. É uma homenagem que eu faço a esse grande sentimento, que na minha opinião é o sentimento mais importante do mundo.
Digital Rio: Por que você resolveu escrever um livro sobre os ataques de 11 de setembro de 2001?
Luis Eduardo Matta: Desde daquela época, desde os ataques eu tenho vontade de escrever alguma coisa sobre os ataques mas depois eu esqueci a ideia, adiei. Aí anos depois, a editora da recém criada “Escrita Fina”, me procurou , encomendando um livro que se passasse lá. Eu desenvolvi toda a história e como eu estava querendo uma história sobre a amizade, alem de um thriller então eu comecei a bolar a história a partir daí. Esse livro era para ter saído em 2010, mas eu estou sempre envolvido em vários projetos ao mesmo tempo, vários livros para escrever, lançamentos, então eu acabei só conseguindo lançar o livro agora. Até porque a pesquisa para esse livro foi muito difícil porque a ação dele transcorre durante 12 de setembro, que é o dia seguinte, daí o titulo do livro. E por essa razão, eu tive dificuldades porque é um dia muito pouco documentado, por incrível que pareça. E havia uma série de por menores que eu precisava saber para poder descrever na trama. Por menores pequenos do dia a dia que eu tive que correr atrás e isso atrasou muito a confecção da trama.
Digital Rio: A maioria dos seus livros são livros de suspense e mistério. Algum motivo especial que lhe inspiraram a escrever esse gênero literário?
Luis Eduardo Matta: Eu sempre gostei de ficção de suspense e mistério desde que eu assisti uma novela das oito dos anos oitenta chamada “Champanhe” , que era uma novela cheia de mistérios, tinha uns crimes ao longo da trama, vários suspeitos de assassinato e desde aquela época eu comecei a me interessar por esse tipo de ficção, por causa de uma novela de ficção. Dois anos mais tarde, eu li meu primeiro livro de mistério, que era um livro juvenil escrito pelo Gaynemedes José chamado “A Inspetora e o Fantasma Dançarino”. Foi um livro de adoção escolar e desde então eu comecei a ler esse gênero compulsivamente e depois passei para Agatha Christie e depois para escritores policiais. Quando eu comecei a escrever aos 17 anos, era o gênero que mais me atraia. E como praticamente não existia literatura brasileira de mistério, e o que havia era muito pouco, praticamente desconhecida eu senti naquele momento que eu estava cometendo uma espécie de heresia, como se eu estivesse cometendo um crime contra a literatura brasileira. Isso foi em 1993.
Digital Rio: Algum autor em especial lhe inspirou a escrever esse tipo de ficção
Luis Eduardo Matta: Muitos mas sobretudo Agatha Christie. Dos escritores homens e mulheres que eu li ao longo da minha vida o que mais me marcou foi Agatha Christie. As histórias dela, até a estrutura que eu emprego nos meus livros é muito inspirado naquilo que ela fazia de confundir o leitor, colocar um mistério que vai ser desvendado, os meus livros tem também mistério. Não são só suspense. Eu acho que é muito influência dela. Foi uma autora marcante na minha vida. Como leitor e como escritor também.
Digital Rio: Você está agora entrando em um novo gênero literário, o de Chick Lit (Literatura Para Mulheres). Fale um pouco sobre isso.
Luis Eduardo Matta: Tem certas histórias que você só pode contar em determinado gênero ne? Eu tenho várias histórias para contar, não minhas porque eu não faço uma ficção auto-biográfica, mas histórias alheias que eu acho muito mais interessantes do que as minhas. E essas histórias foram sendo colhidas ao longo de muitos anos do convívio com mulheres, e isso tudo resultou na ideia de escrever uma série divertida que vai ter alguns volumes chamada “As Bem Resolvidas (?)” com um ponto de interrogação no final porque as meninas não são muito bem resolvidas, as protagonistas. Mas o objetivo principal dessa trama é contar uma história. A ação se passa ao longo de um ano, e é a história de três meninas que não estão só em busca de amor e felicidade, estão em busca de se encontrar. E uma particularidade dessa série é que os rapazes que são mostrados na série, não são príncipes encantados. Então essas meninas não vão encontrar príncipes, mas vão encontrar sapos. E vão se encantar pelos sapos, como acontece com a maioria das mulheres que ainda estão muito confusas em busca de um amor, idealizando um amor que não existe quando na verdade elas podem ser felizes com homens imperfeitos porque o ser humano é imperfeito. Então essa vai ser uma das tônicas da série. E eu te confesso que há muito tempo eu não me divirto tanto escrevendo um livro. É também um desafio criativo. Eu sou um escritor movido a desafios. Eu não escrevo sobre a minha própria vida, mas sobre a vida dos outros. Então isso me abre espaço para escrever sobre qualquer coisa.
Posso escrever tanto sobre 11 de setembro que eu não participei como Chick Lit que é passado aqui no Rio, no Brasil e vão ter cenas em São Paulo. São dois universos tão próximos e tão distantes de mim. Alguns ficam até perplexos quando falo que estou escrevendo Chick Lit mas por que não posso escrever sobre o assunto mas posso sobre terroristas, assassinos, mercenários etc? Por que posso escrever sobre esses temas pesados e não sobre meninas? Eu posso.
A jornalista Louise Duarte com o escritor.
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