domingo, 7 de outubro de 2012

Gonzaga (Crítica)

                                                 
Viver e Não Ter a Vergonha de Ser Feliz

Por Louise Duarte

O filme Gonzaga – De Pai para Filho, que foi o filme de abertura da première Brasil do Festival do Rio conta a relação conturbada entre Luiz Gonzaga, rei do baião e seu filho Gonzaguinha.



O filme retrata com fidelidade mostrando a trajetória de Luiz Gonzaga que teve uma infância pobre e sem instrução em Exu, cidade pernambucana, passando por recruta no exército até chegar no Rio de Janeiro onde começou sua carreira de sucesso como o rei do baião na década de 1920. Ele começou tocando seu acordeão nas ruas do Centro do Rio pedindo dinheiro em troca de sua música e chegou a ser marginalizado por isso.

Em uma gafieira do Rio conhece Odaléia, uma dançarina que seria sua futura esposa e mãe de seu filho. Ou assim ele pensava já que ela nunca confirmou se era ou não o pai de Gonzaguinha. Ela morre de tuberculose deixando o filho para Gonzaga criar. Só que não é o que acontece. Com sua carreira musical começando a deslanchar, ele deixa Gonzaguinha ser criado pelos padrinhos enquanto sai em turnê pelo Brasil.  Apesar da ausência, ele contribui para a educação e para que o filho tenha sempre tudo que faltou para ele. Ele quer que não falte nada na vida do menino, exceto ele. A constante ausência do rei do baião na vida do filho vai criando uma distância cada vez maior que atravessa a adolescência e vida adulta de Gonzaguinha e que de alguma maneira acabou influenciando na sua carreira musical.

Com direção de Breno Silveira, o filme tem um roteiro bem amarrado escrito por Patricia Andrade onde é mesclado na dose certa drama, comédia e romance. A fotografia mostrando as belas paisagens do sertão pernambucano também são um show a parte assim como a direção de arte, figurino e maquiagem que retratam com fidelidade a vida de pai e filho.

Alias, a ideia do filme vem a partir de uma entrevista de Gonzaguinha com Gonzagão onde o rei do baião é entrevistado pelo filho e conta a ele sua trajetória de sucesso e como se tornou tão famoso, arrastando sempre multidões para seus shows.

O filme termina com os dois finalmente se entendendo, antes de realizarem o show histórico onde cantaram juntos pela primeira vez  durante a turnê “Vida de Viajante”. O show aconteceu meses antes da morte de Luiz Gonzaga e coincidentalmente Gonzaguinha morreu 1 ano e 9 meses depois vitima de um acidente de carro.

A trilha sonora como era de se esperar é ótima e contém o repertório musical de pai e filho com alguns de seus maiores sucessos. Destaque para os atores Chambinho do Acordeon que interpreta Luiz Gonzaga dos 27 aos 50 anos e Julio Andrade que interpreta Gonzaguinha dos 35 aos 40 anos. Os dois ficaram muito bem caracterizados como os personagens, especialmente Julio Andrade que ficou idêntico a Gonzaguinha e encarnou o personagem muito bem.

Gonzaga – De Pai Para Filho estreia nos cinemas no dia 26 de outubro.


Nenhum comentário: